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Chamado contra Belo Monte – Um Genocídio Energético

Em 10 de Dezembro de 2014 – Dia Internacional da Luta Contra Belo Monte

O pátio de obras da usina hidroelétrica transformou a floresta em um cenário de terror para as populações locais.

O pátio de obras da usina hidroelétrica transformou a floresta em um pesadelo de genocídio anunciado para os povos que vivem próximos aos rios Xingú e Tapajós.

Um enorme buraco em meio a floresta irá servir ao mesmo tempo de berço para o progresso estatal e capital, e túmulo para os povos indígenas do Xingu e Tapajós. A usina hidroelétrica de Belo Monte segue sendo construída a despeito de seus terríveis impactos e sua ineficiência sazonal. O fundamentalismo energético capitalista não cessa de colocar em risco o futuro das gerações vindouras dos povos ameríndios no Brasil.

A construção de Belo Monte anuncia não uma guerra, mas o assassinato premeditado de modos de vida milenares desenvolvidos em relação e harmonia com as cheias e secas dos rio Xingú, a vastidão viva da floresta amazônica, o respeito da diferença em toda suas diferentes formas e expressões.

A violência da civilização industrial não conhece limites.

Para além das propagandas, o estado brasileiro ergue Belo Monte para cumprir seus acordos sujos com grandes construtoras, (CCBM, Norte Energia entre outras) que atualmente financiam as campanhas do Partido dos Trabalhadores. Este governo como qualquer outro ambiciona mais impostos, planejando futuros parques industriais e zonas francas, a instalação de grandes minerações (Projeto de Volta Grande da Belo Sun Mining corporação canadense de extração de ouro e outros metais) e indústrias metalúrgicas altamente poluentes nas proximidades e mesmo dentro das terras indígenas.

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Munduruku paralizam retroescavadeiras em ocupação do pátio de obras da usina de Belo Monte para protestar contra a sua construção em 8 de junho de 2012.

O projeto de Belo Monte foi elaborado no último período ditatorial. Nos últimos governos este projeto foi resgatado e vem sendo implementado da forma mais autoritária possível por um regime pretensamente democrático. A exigência por justiça dos povos indígenas nos faz lembrar que este estado de direito é uma falácia e que não há diferença alguma entre as políticas dos ditadores em relação àquelas dos seus predecessores democratas.

Belo Monte é apenas uma das muitas covas cravadas no futuro dos indígenas, muitas outras hidroelétricas seguidas de polos industriais estão sendo planejadas para os próximos anos. Os PAC – Planos de Aceleração do Colapso – são parte do IIRSA – Iniciativa para Integração da Infraestrutura Física Sul-Americana – uma infinidade de mega-obras voltadas para o aumento da produção capitalista nos países sul-americanos, sempre em detrimento da vida de milhões de pessoas, afetando principalmente as populações indígenas e ribeirinhas.

Mulher Kaiapó acerta rosto de tecnocrata com um talho de facão. Lembrando a eles que não são inatingíveis.

Em 1989  mulher Kaiapó acerta rosto de tecnocrata da Eletronorte com um facão. Lembrando aos inimigos da floresta que não são inatingíveis.

Munduruku, Kayapó, Xikrin estes e muitos outros povos – tanto no Xingú como por todo mundo – estão se mobilizando contra às forças que operam pela construção da represa de Belo Monte. A imagem do machete da mulher Kaiapó no rosto do engenheiro nos recorda que o amor não implica em pacifismo, mas sim na luta pelo futuro de quem que se ama.

No interior destas corporações e empresas envolvidas na construção de Belo Monte, assim como em iniciativas similares, estão investidores, articuladores e tecnocratas – homens e mulheres a serviço do fundamentalismo energético, buscando lucro acima da vida, pessoas com endereço, nome e sobrenome.

Este é um chamado para a guerra contra Belo Monte, um chamado para o ataque de seus perpetuadores. Lutar contra Belo Monte, lutar contra o genocídio significa mostrar a estas pessoas e a estas empresas, que não se encontram além das conseqüências de suas escolhas, que a violência industrial que lançam sobre a floresta, pode justamente se voltar contra elas.

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Com lanças e flechas kaiapós entram no pátio de obras da Usina de Belo Monte e declaram guerra aos assassinos dos povos da floresta.

Para contribuir com esse chamado á guerra, colocamos aqui uns links onde se pode encontrar esses nomes, sobrenomes, endereços de pessoas e entidades responsáveis pela destruição do Xingu e Tapajos, seus diversos habitantes.

http://norteenergiasa.com.br/site/noticias-home/

http://www.belosun.com/Corporate/Board-of-Directors/default.aspx

http://www.belosun.com/Investors/Presentations/default.aspx: aqui o plano de exploração de minas de ouro na região do Xingu, plano feito em colaboração e coordinação com usina do Belo Monte.

http://blogbelomonte.com.br: blog da Belo Monte